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De acordo com pesquisa feita pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil), que reuniu 26 mil empreendedores de vários estados brasileiros, revelou que 87% deles não concluíram e não cursaram facultado até junho de 2023.
No ano de 2018 o número de microempreendedores com ensino superior era de 88%.
Enquanto isso, houve um aumento do número de pessoas que declararam ter finalizado o segundo grau. No ano de 2019 o percentual era de 43% do total, e em 2023 subiu para 46%.
Diante desses dados, o percentual de microempreendedores que tinham o primeiro grau incompleto caiu de 21% para 16%.
De acordo com o presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), César Silva, os números não surpreendem por revelar a realidade da educação superior no país.
“O setor tem mais de 35 milhões de vagas em oferta e somente 2,5 milhões de ingressantes por ano, uma das menores demandas dos últimos anos, além da maior taxa de evasão durante os cursos”, afirmou, em nota.
Em média, conforme explica Silva, perde-se, por evasão, 30% dos ingressantes por ano. O motivo principal é a falta de conexão entre o ensino superior e as competências exigidas no mercado de trabalho.
“Muita coisa não se aprende nos bancos de faculdades, mas sim na prática. Então, muitas vezes, o aluno se vê desmotivado ao não conseguir perceber qual será a aplicação daquele conhecimento”, observa.
O Brasil, como o especialista ressalta, diferentemente dos países desenvolvidos, apresenta menos de 10% dos jovens estudantes do ensino médio vinculados à educação profissional.
“Os três últimos anos de estudo, na etapa da juventude, devem ser voltados para uma formação mais contextualizada e alinhada com as necessidades de produtividade do país. Tal mudança tende a reduzir a evasão dos estudantes e também trazer uma aplicação aos empreendedores do futuro”.
Além desses dados, outro destaque que o levantamento revelou foi o número de pessoas que se declaram não alfabetizadas, que cresceu 1 ponto percentual entre 2019 e 2023. Hoje em dia, 5% dos empreendedores são analfabetos, pouco acima dos 4% detectados anteriormente.
“Sabemos que uma parte importante dos microempreendedores atuam em segmentos mais artesanais, como de confecção de bijuterias, tear, culinária etc. Sua profissão não exige que seja alfabetizado. No entanto, esta situação preocupa por conta da necessidade de conhecimento para cuidar da gestão do empreendimento, como o fluxo de caixa, empréstimos e até a parte burocrática como emissão de nota fiscal”, afirma a diretora executiva do Ceape Brasil, Claudia Cisneiros.
Com informações da Agência Brasil