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Estudo mostra que desigualdade no país diminuiu, mas todas as classes ficaram mais pobres

Estudo do Ipea mostra que a redução na desigualdade não se traduziu em uma melhora para as classes.

De acordo com um novo estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Ministério da Economia, a desigualdade de renda do trabalho entre ricos e pobres no país sofreu uma redução no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o último trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

Divulgado no dia 10, o estudo, embora pareça positivo, demonstra um cenário negativo sobre a situação, mostrando que ambas as classes viram sua renda de trabalho diminuir no período.

Tanto ricos quanto pobres perderam renda, mas a classe com faixa de renda maior foi mais impactada, com uma queda maior que a dos pobres, registrando -3,98% contra -1,17% de quem recebe menos.

"Os empregados com carteira no setor privado, sem carteira no setor privado e, sobretudo, do setor público encontraram dificuldade em negociar reposições salariais ao longo de 2021, apesar da recuperação do crescimento da atividade econômica observada no ano", destaca o estudo.

O Ipea ainda acrescenta que a maior queda da renda dos trabalhadores do setor público explica, em grande medida, a maior redução dos rendimentos dos domicílios de renda mais alta ao longo dos últimos quatro trimestres - o que, por sua vez, explica parte da diminuição da desigualdade de renda.

A alta dos juros e da inflação aliados à falta de recursos públicos prejudicou os trabalhadores, que não conseguiram maiores reajustes salariais neste ano.

O estudo mostra também que, apesar da redução da desigualdade entre as classes, a renda domiciliar da classe mais alta é 28 vezes maior do que a da faixa mais baixa. A diferença, em 2021, chegou a ser 28,8 vezes.

A desigualdade continua extremamente alta e ainda assim, essa redução não se traduz em um cenário positivo, já que todos perderam renda e todas as classes ficaram mais pobres.