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Sob o impacto das medidas de restrição ao crédito tomadas pelo governo no início de 2011, o comércio pisou no freio em 2011, crescendo 6,7%, bem abaixo da expansão de 10,9% de 2010. No fim do ano, esse ritmo menor fez o movimento subir apenas 0,3% frente a novembro, segundo pesquisa do IBGE divulgada ontem. Na comparação com dezembro de 2010, o aumento também foi de 6,7%.
- As medidas (de restrição ao crédito) certamente frearam a economia, para segurar o aumento do preço. No segundo semestre, quando se começou rever as medidas, obviamente não houve tempo suficiente para uma recuperação forte. Isso deve acontecer ao longo deste ano - afirmou o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, lembrando que a redução das taxas de juros do país deve estimular o crédito.
Quase metade da expansão anual (45,6%) veio da venda de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 16,6% em 2011, influenciado também pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a linha branca. O aumento nas vendas dos supermercados foi de 4%, o menor desde 2005, efeito da alta dos preços dos alimentos. Em dezembro, houve recuo de 1,5% frente a novembro.
- Houve um aumento de preços que segurou a demanda - explicou Pereira.
Outro segmento com desempenho expressivo foi o de informática, com crescimento de 19,6% em 2011 e de 34,8% em dezembro frente a novembro. A expansão deste segmento e de móveis e eletrônicos foi influenciada pela deflação. Sobre o desempenho fraco em dezembro, Pereira disse que o crescimento de apenas 0,3% não significa que as vendas natalinas foram fracas. Para Pereira, houve antecipação das compras de Natal, o que acabou influenciando positivamente o desempenho de novembro, com alta de 1,2%.
A pesquisa divulgada pelo IBGE também confirmou a manutenção do descompasso entre o desempenho do comércio e a indústria. Enquanto o varejo cresceu 6,7% no ano passado, o aumento da produção industrial foi de apenas 0,3%.
- Apesar das medidas restritivas do governo, há melhores condições de renda e emprego estimulando a demanda. E com o câmbio mais barato existe a concorrência dos produtos importados - apontou a economista-chefe da Icap Brasil, Inês Filipa.