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Com um mês com menos encargos para pagar, a captação líquida da poupança – a diferença entre os depósitos e os saques na caderneta – mais que dobrou, alcançando R$ 4,846 bilhões em setembro.
O aumento de 166% frente a agosto foi a segunda maior captação do ano - perdendo apenas para julho, que registrou R$ 6,836 bilhões líquidos. De acordo com o Banco Central, este também foi o melhor mês de setembro desde o início da série histórica, iniciada em 1995.
O professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, atribui o resultado à tranquilidade financeira um pouco maior geralmente enfrentada pelos brasileiros no nono mês do ano. “É um mês com menos compromissos, menos coisas para pagar, como tributos, e sobra mais recursos para aplicar”, afirmou o especialista.
Para Leite, que considera setembro um período de “entressafra de gastos”, o resultado ainda se beneficiou do aumento na renda real da população. “Outubro tem o Dia das Crianças e as pessoas já aumentam um pouco mais os gastos (e poupam menos), mas ainda deve permanecer com a mesma tendência. A partir de novembro já começam os gastos com festas de final de ano e, em janeiro e fevereiro, os impostos pesam bastante no orçamento”, completou o professor.
Números da poupança
De acordo com o balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central, os depósitos na poupança diminuíram pouco, saindo dos R$ 100,787 bilhões em agosto para R$ 99,467 bilhões em setembro, uma “variação normal”, de acordo com Leite.
A captação líquida recorde foi possível graças à maior queda na retirada dos valores depositados, que foram dos R$ 98,967 bilhões de agosto para R$ 94,620 bilhões em setembro.