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As exportações brasileiras somaram US$ 89,189 bilhões no primeiro semestre deste ano, com crescimento de 26% em relação a igual período do ano passado. Resultado acima da projeção de 16% feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), como revelou hoje (1) o secretário adjunto de Comércio Exterior, Fábio Faria.
Seria uma ótima notícia não fosse o fato de as importações terem registrado expansão de 43,9% nos seis primeiros meses do ano, quando somaram US$ 81,302 bilhões e deixaram saldo positivo de US$ 7,887 bilhões na balança comercial do período. Uma queda de 43,7% na comparação com o saldo do mesmo período de 2009.
O superávit comercial (exportações menos importações) foi o pior resultado para o primeiro semestre desde 2002, mesmo considerando que a corrente de comércio foi recorde para o período, tanto em entrada como em saída de mercadorias. Fábio Faria disse que a recomposição do fluxo do comércio mundial tem se dado mais às custas de países emergentes como o Brasil.
De acordo com o secretário, o aumento maior das importações se justifica, em parte, porque o país está com uma economia aquecida. Além disso, acrescentou que a moeda norte-americana está com cotação flutuando abaixo das expectativas do mercado, o que retira competitividade dos produtos brasileiros lá fora e favorece a entrada de mercadorias estrangeiras. Daí porque, segundo ele, as importações brasileiras nunca foram tão altas, principalmente de bens de capital (máquinas e equipamentos para ampliação e modernização do parque industrial). Ele afirmou que “o comércio como um todo está crescendo, o que é algo a se louvar”, e espera que o ritmo das exportações se recupere um pouco no segundo semestre, em relação às importações.
Gráficos da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, historicamente, os números melhoram na segunda metade do ano e os saldos comerciais de maio (US$ 3,4 bilhões) e de junho (US$ 2,2 bilhões) já podem ser um indicador nesse sentido, depois de quatro meses de desempenho muito fraco nas vendas externas.
Fábio Faria disse que os produtos brasileiros venderam bem para os principais blocos econômicos, com exceção da África (-5,5%) e da Europa Oriental (-25,2%). O destaque, adiantou, foi a expansão de 38,7% nas exportações para países da América Latina e do Caribe no semestre, com maior volume de vendas para a Argentina.
A segunda maior expansão das exportações brasileiras se deu no comércio com os Estados Unidos, com aumento de 30,6%, seguida por Oriente Médio (13,9%), Ásia (12,8%) e União Europeia (10,7%). O secretário adjunto ressaltou que o Brasil vendeu mais para a Ásia como um todo, mas houve redução de 2,9% nas vendas para o mercado chinês.
Quanto às importações por bloco econômico, as maiores expansões percentuais no semestre foram registradas nas compras de produtos originários dos países da Europa Oriental (105,9%), da África (66,9%), do Oriente Médio (61,4%), da Ásia (59,3%), da América Latina e do Caribe (39,2%) e da União Europeia (33,3%).
A China continua sendo o maior comprador de produtos brasileiros, com US$ 13,467 bilhões, seguida dos EUA, com US$ 9 bilhões, e da Argentina, com US$ 7,805 bilhões. Os maiores volumes de nossas importações vêm dos EUA (US$ 12,171 bilhões), da China (US$ 10,759 bilhões) e da Argentina (US$ 6,712 bilhões).
No acumulado do ano, o Brasil vendeu 30,6% mais de produtos básicos, com destaque para petróleo em bruto, minérios de ferro e de cobre, carnes e café em grão; exportou 38,8% a mais em produtos semimanufaturados, notadamente couros e peles, produtos de ferro e aço, açúcar e celulose; e aumentou em 18,3% as vendas de manufaturados, principalmente óleos combustíveis, veículos de carga, automóveis, autopeças, bombas e compressores.