Whatsapp(11)96994-2019
Após queda em 2009, taxas cobradas de pessoas físicas e empresas sobem em janeiro e antecipam receio de alta da Selic pelo Copom
Depois de atingir o menor nível desde 1995 em dezembro passado, os juros médios para as pessoas físicas e empresas começaram 2010 em ascensão, mostrou uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Para o consumidor, o crédito ficou mais caro em 0,15% em janeiro, comparado com o último mês de 2009. Passou de 121,71% ao ano para 121,96% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a alta foi de 0,83%. O custo de crediário, cheque especial, empréstimo pessoal e crédito às empresas foi contaminado pelas expectativas do mercado acerca de um possível aumento da taxa básica de juros, a Selic, e também pela recente instabilidade na Europa.
Segundo a Anefac, metade das taxas cobradas ao consumidor registrou alta em janeiro, na comparação com dezembro. A escalada foi de 0,87% no crediário (de 95,38% ao ano para 96,49% ao ano), de 0,69% no cheque especial (de 132,13% ao ano para 133,44% ao ano) e de 1,24% no empréstimo pessoal (de 75,93% ao ano para 77,14% ao ano). A alta dos juros no mercado real antecipa o movimento do Banco Central, que previu, na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a elevação da Selic. A intervenção deve ocorrer para garantir que a inflação permaneça no centro da meta, em 4,5% ao ano, já que em janeiro os indicadores de custo de vida se aproximavam dos 2%.
Solavanco
“Essa alta nos juros médios ocorre porque talvez a partir de abril o BC já vá mexer nos juros para conter a inflação”, ponderou o economista e vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira. “A situação na Europa também trouxe nervosismo ao sistema financeiro e influenciou essa elevação, mas acredito que o BC de lá vá intervir e já em fevereiro devemos registrar algum recuo nos juros reais por aqui.” Entre janeiro e dezembro de 2009, as taxas
médias para pessoas físicas recuaram 18,3 pontos percentuais; para as jurídicas, a diminuição foi de 15,2 pontos. “Os juros ainda estão altos demais e permitem queda. Janeiro foi apenas um solavanco”, avaliou Oliveira.
O economista da Anefac citou a situação dos cartões de crédito, que após 12 meses sem alterar o custo de suas operações baixaram os juros em 0,19%. “O cartão foi uma surpresa positiva. Todo o sistema financeiro está mais competitivo e isso pressiona o custo do crédito para baixo.”
O número
DINHEIRO CARO
Clientes pagaram 0,87%
a mais, em média, nas compras feitas por meio do crediário em janeiro
Como fugir da taxa alta