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Sendo um dos métodos de pagamento favoritos do Brasil, já que uma pesquisa recente da Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) mostrou que mais da metade do valor transacionado por meios eletrônicos (R$ 965 bilhões) é por conta dele, o cartão de crédito já faz parte da vida dos brasileiros de forma bem ativa. Para se ter uma ideia, dados da Confi.Neotrust o apontam como a principal opção no e-commerce, com mais de 55% de utilização no último ano.
Contudo, esse uso desenfreado também revela um cenário preocupante. Dados da Confederação Nacional do Comércio apontam que hoje, no Brasil, são mais de 13 milhões de famílias endividadas, sendo 90% delas por conta do cartão de crédito. Um estudo do Instituto Locomotiva aponta ainda que os principais motivos para as dívidas são falta de planejamento, perda do emprego e gastos não previstos com saúde.
Quem já se atrapalhou com o cartão de crédito sabe o quão preocupante o cenário fica, já que as taxas de juros rotativos são altíssimas, chegando a 400% ao ano. No entanto, recentemente entrou em vigor a portabilidade do cartão de crédito, que permite que o usuário possa levar o saldo devedor a uma outra instituição financeira que ofereça condições melhores para o abatimento da dívida.
Além da facilidade para os usuários, que podem ter uma esperança de pagar o que devem por um valor mais justo, a portabilidade dos cartões de crédito também traz mais oportunidades de negócios para as instituições financeiras. Hoje em dia, por exemplo, já existem soluções tecnológicas que permitem às autarquias uma visão 360° do cliente, incluindo histórico de crédito, comportamento de consumo, hábitos financeiros e até mesmo dados sociodemográficos.
Com essas informações em mãos, as instituições são capazes de proporcionar ofertas personalizadas e relevantes para cada cliente, aumentando as chances de captação. Avaliando o perfil dos usuários, por exemplo, é possível estabelecer a criação de propostas customizadas de portabilidade, com taxas de juros, prazos de pagamento e benefícios específicos para cada usuário. Assim, se gera uma experiência positiva que fideliza o consumidor.
Isso também permite aos bancos identificar oportunidades de cross-selling e upselling, oferecendo um atendimento mais eficiente. E ainda há uma tecnologia que pode ser bastante útil nesse quesito: a Inteligência Artificial. Estudo recente do IBM Institute for Business Value (IBV) mostra que 78% dos bancos já estão usando soluções de IA para se relacionar com os clientes e tornar as operações mais rápidas. Uma das subáreas de destaque é a machine learning, que desenvolve algoritmos e modelos estatísticos que permitem com que o computador realize e aprenda atividades sem precisar ser programado para isso. Com isso, as instituições conseguem uma análise preditiva do comportamento do seu usuário, conseguindo antecipar suas necessidades e oferecer soluções proativas, reduzindo também o risco de inadimplência.
Com isso, aproveitando-se dessa novidade, os bancos podem tomar decisões mais assertivas sobre a concessão de crédito, limites de cartões, ofertas de produtos e serviços. Isso resulta em maior rentabilidade e sustentabilidade do negócio. Além disso, ofertas personalizadas permitem a captação de novos clientes de forma eficiente e eficaz, fazendo com que as autarquias possam oferecer uma experiência superior aos seus clientes e alcançar resultados excepcionais, aumentando também a sua reputação no mercado.