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Nos últimos anos, a discussão sobre o tema da diversidade, equidade e inclusão nas empresas ganhou novas perspectivas, tanto dentro das companhias quanto na sociedade e entre os investidores. Um estudo divulgado pela B3 mostra que pesquisas realizadas nos últimos 12 anos, em contexto internacional e brasileiro, têm apontado os diferenciais competitivos que uma empresa que investe em DE&I (diversidade, equidade e inclusão) tem, em relação a uma que não investe: empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes executivas são 21% mais propensas a terem lucratividade acima da média; empresas com maior diversidade étnica e cultural têm probabilidade 33% maior de lucrar mais que suas concorrentes; empresas com pouca diversidade étnica e de gênero tendem a ter lucratividade 29% inferior à de seus pares do setor; empresas que investem em diversidade e inclusão possuem colaboradores 17% mais engajados com os objetivos da organização.
Dorgivânia Arraes, vice-presidente de Política Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), diz que esses estudos demonstram que as empresas se tornam mais competitivas ao contratarem pessoas dessa comunidade e aponta alguns fatores:
- Diversidade de perspectivas: a inclusão de pessoas com diferentes experiências de vida e visões de mundo pode levar a soluções de problemas, de maneiras mais criativas e inovadoras, já que as equipes são compostas por indivíduos que pensam de maneiras distintas;
- Engajamento e retenção de talentos: ambientes inclusivos e respeitosos tendem a ter maior satisfação e engajamento da equipe, o que reduz a rotatividade e os custos associados à contratação e ao treinamento de novos colaboradores;
- Reputação da empresa: empresas que promovem a diversidade e a inclusão muitas vezes têm uma melhor imagem pública, o que pode atrair mais clientes e parceiros de negócios. Além disso, essas empresas são vistas como socialmente responsáveis, o que pode melhorar sua posição no mercado;
- Acesso a um mercado mais amplo: equipe diversa pode ajudar a empresa a entender e atender melhor às necessidades de um mercado igualmente diverso, ampliando seu alcance e sua capacidade de adaptação a diferentes públicos;
- Melhora no ambiente de trabalho: ambiente inclusivo pode reduzir o estresse, levando à maior produtividade e à melhor qualidade de vida no trabalho.
“A combinação desses fatores contribui para que empresas que valorizam a diversidade e a inclusão, incluindo a contratação de pessoas da comunidade LGBTQIA+, tornem-se mais competitivas no mercado”, afirma a vice-presidente do CFC.
Um estudo da McKinsey & Company mostra ainda que um ambiente mais diverso não só tem impacto na performance, mas também traz ganhos intangíveis, como fortalecimento de cultura e propósito, além de trabalhar o contraditório, a pluralidade de ideias e a criatividade. A soma desses atributos leva a uma tomada de decisão mais consciente e ao desenvolvimento de soluções mais inovadoras, segundo o estudo.
De acordo com Dorgivânia, embora os temas de diversidade, equidade e inclusão estejam ganhando mais atenção e debate atualmente, ainda há muito preconceito, que pode se manifestar de várias maneiras, desde microagressões e discriminação sutil até formas mais explícitas de exclusão e preconceito. “Muitos setores da sociedade e do ambiente corporativo ainda têm resistências e estigmas a superar. Por isso, é crucial continuar promovendo educação, conscientização e políticas inclusivas para combater o preconceito e avançar em direção a um ambiente mais justo e equitativo para todos”, diz.
Sobre orientações para as empresas que querem contratar pessoas da comunidade LGBTQIA+, o Conselho Federal de Contabilidade recomenda a divulgação ativa de princípios éticos, responsabilidade social e valorização da diversidade.
“Devemos encorajar as empresas a adotarem práticas inclusivas, garantirem igualdade de oportunidades e criarem um ambiente respeitoso para todos”, afirma Dorgivânia.
Para isso, a ideia é promover o debate de temas como empatia e aceitação das diferenças no ambiente familiar e dentro das empresas, para que se crie um ambiente de respeito, que é sempre mais saudável e produtivo.
“Diversidade é uma oportunidade, não uma ameaça. Inclusão fortalece a cultura organizacional, estimula a inovação e melhora a competitividade. Promovam um ambiente inclusivo e respeitoso para o benefício de todos. Abracem a diversidade com amor e respeito, pois a verdadeira força de uma empresa consiste em valorizar cada indivíduo em sua singularidade”, finaliza a vice-presidente.