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A persistente inflação norte-americana somada a um mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos, fizeram com que a previsão para os juros mudasse por lá, para uma perspectiva de taxas elevadas por mais tempo, e esse cenário impactou também o Brasil. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passou de 10,75% para 10,50% ao ano. Diante deste quadro, como ficam os investimentos?
Segundo Arley Junior, estrategista de Investimentos do Santander Brasil, o momento requer uma carteira equilibrada, ou seja, sem excessos de riscos ou concentrações de produtos conservadores. Uma parte da carteira deve estar alocada em investimentos de baixo risco ou que permitam equilibrar o risco do portfólio, mas uma outra parcela deve ser direcionada para produtos que irão buscar retornos mais atrativos com algum grau de risco, de acordo com o perfil do investidor.
A renda fixa, que não perdeu o destaque, continua no topo das indicações. “Nossa preferência é pelos títulos de crédito privado, que ainda estão sendo negociados com níveis de preços interessantes e possuem opções isentas de Imposto de Renda para pessoa física, e pelos ativos atrelados à inflação, cujas taxas subiram nas últimas semanas”, diz Junior. Os produtos desta classe ainda corrigem a variação da inflação, o que ajuda a proteger uma parte da carteira contra o aumento de preços, acrescenta.
Para quem tem perfil de risco, segundo o especialista, “o patamar de preço das ações continua atrativo, mas para o horizonte de médio ou longo prazo”, afirma. Ainda que as projeções dos juros futuros tenham sido revisadas para cima, o novo patamar ainda é menor do que o atual e isso deve abrir espaço para valorização dos ativos de risco. Já para aqueles investidores com visão de curto prazo, o ideal é não correr riscos: “enxergamos uma atratividade nos preços, mas o momento ainda é de volatilidade”, avalia Junior.