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A consultoria Ernst & Young divulgou recentemente na mídia uma análise sobre o mercado de trabalho e os avanços da tecnologia, segundo a qual algumas profissões deixarão de existir dentro de alguns anos, até no máximo 2025, devendo ser substituídas por tecnologia inteligente. Entre elas, está a do “tax preparer”.
O “tax preparer” é uma espécie de “preparador de obrigações fiscais do Imposto de Renda e demais tributos”. Acontece que, ao traduzir a pesquisa para o português, o tradutor acabou substituindo, erroneamente, o termo “tax preparer” por “contador”, gerando uma grande confusão.
Por que motivo, então, a mídia brasileira confunde a profissão de “contador” com a do “tax preparer”? Por que uma profissão com atividades tão complexas como a do contador é confundida com a de alguém que prepara guias tributárias? A resposta é simples: porque a sociedade ainda desconhece para que serve o contador; não sabe qual é a sua função social ou o que ele faz. Isso porque o conselho profissional não vem cumprindo a contento a sua tarefa de esclarecer a sociedade sobre a profissão.
O contador, conforme a legislação brasileira e a internacional, é o profissional responsável por validar as demonstrações contábeis, integrando os agentes econômicos e sociais na sociedade, para viabilizar a realização dos negócios e das operações econômicas, financeiras e patrimoniais. O Contador é o responsável pelas informações geradas através dos registros dos atos de gestão; pelas perícias e auditorias realizadas; pelos balanços divulgados e contas em geral; pela revisão permanente ou periódica dos registros para a apuração de haveres; para apurar o valor dos ativos provocados por avarias; para dar assistência técnica aos conselhos fiscais; e, ainda, para compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras para ajudar as pessoas jurídicas a prosperarem.
Por ser uma profissão de interesse social, imprescindível para o desenvolvimento dos agentes econômicos e sociais do país, com todas as funções e tarefas arroladas anteriormente, o contador jamais poderia ser confundido com o “tax preparer”.
É por causa destes e de outros equívocos que as entidades da categoria precisam iniciar uma grande campanha de divulgação sobre a profissão junto à sociedade, esclarecendo dúvidas e adequando o ensino contábil à realidade do mercado.
Salézio Dagostim é contador; pesquisador contábil; professor da Escola Brasileira de Contabilidade (EBRACON); autor de livros de Contabilidade; presidente da Associação de Proteção aos Profissionais Contábeis do Rio Grande do Sul - APROCON CONTÁBIL-RS; presidente da Confederação dos Profissionais Contábeis do Brasil - APROCON BRASIL; e sócio do escritório contábil estabelecido em Porto Alegre (RS), Dagostim Contadores Associados, à rua Dr. Barros Cassal, 33, 11º andar - salezio@dagostim.com.br.