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O capital intelectual

A competência organizacional da gestão de capital humano, não está mais baseada apenas em princípios de prosperidade, estabilidade e poder

Autor: Robson PaniagoFonte: O Autor

A competência organizacional da gestão de capital humano, não está mais baseada apenas em princípios de prosperidade, estabilidade e poder, mas em fatores emergentes de interdependência, flexibilidade e parceria, abrangendo estratégias para envolver, comprometer e inspirar pessoas, estimulando um bom entrosamento e evolução das equipes, para ampliar a aquisição e utilização do conhecimento, em suas mais diversas faces e interfaces, gerando sólidas competências e satisfação com a diversidade.

Diversidade pode ser explicada em empresas como o BankBoston que, ao contratar novos funcionários, faz questão que os mesmos sejam de escolas, ambientes, raças, e, em diversos aspectos diferentes, para que possam haver diferenças de opiniões e nessas diferenças encontrar o contraditório.

Na gestão dos talentos, o profissional deve ter a consciência de que possui papéis distintos, porém relacionados, sendo capaz de estabelecer propósito e direção mediante sua liderança.

Deve escolher estratégias diversificadas, com focos claros e específicos, que possam trazer resultados positivos e desenvolver capacidades múltiplas, orquestrando os recursos para a sobrevivência e o crescimento organizacional, através do gerenciamento das redes de relações internas e externas, onde as pessoas sejam respeitadas em sua singularidade e as equipes em sua diversidade.

Além disso, é importante que aprenda a ver o “caos” como algo administrável, sabendo “refletir em ação”, confiando não só em teorias, mas em sua sensibilidade. Deve ter alta tolerância a mudanças e ambiguidades para avaliar racionalmente resultados e corrigir rumos, quando necessário.

O mundo contemporâneo requer agentes de transformação, proativos e não somente reativos, comprometidos e com ardente desejo de fazer as coisas acontecerem, garantindo os resultados. Força de caráter, criatividade, facilidade de relacionamento e negociação, persistência, flexibilidade e ética são também competências essenciais.

Talvez uma das palavras fundamentais desse e dos próximos séculos seja o change management, isto é, a mudança gerencial, sendo que a quebra de paradigmas pode ser algo essencial para o homem/mulher de negócios. A mudança deve ser planejada, pois os seres humanos têm muita resistência a mesma e evitam fazê-la a não ser que sejam obrigados a tal.

As empresas devem valorizar e disseminar: comprometimento com uma missão e uma visão comuns; eficiência e eficácia; foco na escolha da ação correta; capacidade de refletir e aprender; “empowerment” (fortalecimento e energização das pessoas); papéis polivalentes e multifuncionais; gestão do desempenho, não apenas do potencial; pensamento estratégico para identificar abordagens inovadoras e garantir uma vantagem competitiva sustentável no futuro, além de busca e aprendizado contínuos.

Não esquecendo que para toda e qualquer organização a missão é o que sou e a visão é o que eu quero ser, nesse sentido o RH deve andar de mãos juntas com o marketing para construir a melhor estratégia para a melhoria do negócio.

Historicamente, a arte da administração é exigida desde que surgiram as empresas, tendo se tornado um fator fundamental para seu desempenho e competitividade. À medida que elas cresceram, aprenderam a desenvolver e a dominar a tecnologia e, desde que o trabalho manual e a força física foram substituídos por sistemas, automação e informação, o foco de atenção passou para o desenvolvimento intelectual, ou seja, para o conhecimento.

A função básica da gestão organizacional consiste em identificar expectativas internas e externas, focando o empreendimento para a obtenção dos resultados. No lado interno devemos nos preocupar com os aspectos de forças e fraquezas das da organização.

Com relação às forças devemos enaltecê-las ao mercado, aos nossos clientes, fornecedores, acionistas, resumindo, aos nossos Stakeholders.

Para nossas fraquezas precisamos conhecê-las profundamente para poder combater as mesmas tanto para nosso público interno quanto para nosso público externo á organização. Ao tentar fazer isso com relação ao público interno usamos do endomarketing, isto é, uma ação de marketing pra dentro.

Não há leis ou princípios universais para a administração, pois ela é contingencial, dependente da situação organizacional: do ambiente (qualidade de vida); da missão, visão, cultura, valores, políticas e diretrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção existente sobre o trabalho e sua natureza, além de sofrer grandes influências da qualidade/quantidade dos recursos disponíveis: humanos, tecnológicos, financeiros, mercadológicos, materiais. Enfim, as técnicas utilizadas devem ser flexíveis e adaptáveis, sujeitas a um contexto complexo, dinâmico e mutável, em permanente desenvolvimento de aprendiz.

Robson Paniago é professor da IBE-FGV, doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del Museo Social Argentino.